Datas tais como o Natal e Ano Novo tem a característica de estimular reflexões e potencializar sentimentos.
Ainda que não se queira pensar, é um período em que as pessoas são postas em contato com a família (ou a falta dela ou de um membro muito querido) , amigos (ou a falta deles), e principalmente em contato consigo mesmas. É um momento para repensar às conquistas do ano que passou  e planejar o ano que se inicia.
Exatamente por isso, em tempos em que as relações são mediadas pelas redes sociais, este pode ser um momento para sentir-se ainda mais sozinho e triste. Afinal, imagens de Pinterest e Instagram nos mostram , em geral, à família que não temos, à viagem que não fizemos, o amor que não conquistamos, ou ainda, a paixão que não vivenciamos. No face, os milhares de “amigos" risonhos sentados ao redor de mesas fartas, são sempre muito mais felizes do que nós.
Por este motivo, não importa muito se você é cristão ou ateu. E realmente pouco importa se a data do nascimento de Jesus é mesmo esta ou não.  Há 2018 anos atrás, nasceu um homem que marcou a história da humanidade e mudou a contagem do tempo no calendário. Muito para além de construções religiosas  e/ou  dogmáticas, há um conhecimento sobre o que é “ser humano “  que ao longo dos tempos surge para nos apontar à direção na figura de vários “homens”, Jesus é um deles. E indubitavelmente, especialmente no ocidente, somos atravessados por este simbólico.
Desejo então, que neste Natal, você possa pensar:
Que  cada dia que amanhece, é uma nova oportunidade para irmos na direção daquilo que realmente importa.
Que a alegria só tem sentido se puder ser compartilhada, mas que momentos de solidão são necessários espaços de encontro consigo mesmo.
Que os vazios,  são o melhor presente que se poderia ganhar porque eles são à própria liberdade criativa disfarçada.  Que você possa utilizar  tudo o que possui de singular em si mesmo, para encher de sentido esses vazios!
Que principalmente, você possa reconhecer-se em cada ser humano.
Que exercite a capacidade de olhar para além de imagens e até mesmo de palavras. E que  possa fazer da espera, a matéria-prima do encontro.
O encontro consigo mesmo  e com os outros!
Bons encontros! E feliz e corajoso 2019!
Aurea Pioli
Psicóloga
segunda-feira, 24 de dezembro de 2018
segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
Alienação Parental
        Diante de separações ou divórcios, sendo estes litigiosos ou não, um dos parceiros do casal pode ensejar atitudes hostis com o propósito de afastar o filho do outro genitor. 
Esta prática, chamada de Alienação Parental, pode trazer muitos prejuízos à constituição psíquica da criança. 
        Na medida em que os pais conseguem respeitar o filho e não usá-lo como objeto de vingança, a criança adquire melhores recursos para suportar e elaborar a ruptura conjugal.
terça-feira, 20 de novembro de 2018
EXISTE RELACIONAMENTO AMOROSO SEM SOFRIMENTO PSÍQUICO?

Por: Patricia Vianna Getlinger
      Será que é possível minimizar ou eliminar a angústia e o
sofrimento nas relações amorosas? Será que os casais contemporâneos que decidem
abolir contratos preestabelecidos sofrem menos? Ou os acordos feitos “sob
medida” por cada casal resultam em maior liberdade e felicidade?
     Por outro lado, o que pensar quando os “novos” acertos entre
o casal falham? Quando mesmo tentando criar modelos mais livres para os
relacionamentos, alguém se sente “de fora” e se incomoda em não ser o único nem
o preferido? Afinal, o ciúme é uma emoção legítima, ou é vergonhoso ser
ciumento? E indo além, é errado pretender um amor exclusivo?
     Temos visto surgir um número crescente de relacionamentos “abertos”,
em que os parceiros (seja nas relações hétero, seja nas homoeróticas) buscam
rever e redefinir conceitos como fidelidade e exclusividade sexual, abrindo a
relação para a entrada de terceiros. Isso também ocorre nos casos de poliamor,
que quando pretendem ser relações amorosas estáveis, pressupõem de forma mais
evidente ainda a reconsideração da monogamia. Uma das observações mais
interessantes quanto à dinâmica das relações abertas, é que elas costumam ter
parâmetros particulares, criados pela dupla ou pelo grupo, que regulam e
relativizam a “liberdade total”. Por que isso costuma acontecer?
     O que se observa é que em cada caso, embora geralmente se
parta da intenção de não ter regras, acaba surgindo a necessidade de se
estabelecer um acordo específico. Alguns preceitos organizadores de um
relacionamento aberto, por exemplo, podem determinar que ter relações sexuais
com outras pessoas não será considerado traição desde que todos estejam
presentes na cena; ou que a intenção seja comunicada antes ao parceiro ou
parceira; ou que tudo seja relatado depois; ou ainda, que não se chegue ao
orgasmo com terceiros. Esses são alguns padrões cerceadores, mas o que nos
interessa discutir, é: por que esses parâmetros se tornam necessários? Ou seja,
por que, mesmo quando se tenta evitar certas convenções, elas são reinseridas
pelos mesmos sujeitos que as tinham abolido?
     O que se verifica em qualquer relação amorosa, especialmente
as não monogâmicas, é que prever ou controlar sentimentos como ciúme não é
possível. Como saber se o “terceiro incluído” no casal não vai despertar uma
paixão no meu companheiro ou companheira? E se eu flagrar um olhar mais intenso
do que eu gostaria entre eles? No fim, sempre corremos o risco de que alguém se
sinta menos importante, menos amado ou mesmo excluído. Mas, afinal, por que é
tão desconfortável ficar de fora? 
     Desde a situação infantil de exclusão do casal parental,
presente no modelo freudiano do filho fora do quarto dos pais, temos que lidar
com esse desconforto e com a angústia que ele causa. A resolução do complexo de
Édipo passa por adiar a fantasia infantil de parear com um dos pais e de deixar
o outro de fora. Suportar a condição da própria exclusão exige da criança (e
continua exigindo do adulto) que todos lidemos com o desejo onipotente de ser o
mais especial e o centro das atenções. Requer que aceitemos a incompletude ou,
em outras palavras, que elaboremos a castração simbólica.
Mas o processo de luto dessa posição onipotente é sempre
inconcluso. E isso mantém a posição infantil sempre “à espreita”, buscando uma
possível satisfação, que quando ocorre é muito prazerosa e de certo modo faz
parte do equilíbrio psíquico. Assim, todos guardamos resquícios desse momento
inicial de vida, que são reativados ao longo da infância e em muitas
experiências ulteriores: querer ser o preferido dos pais com relação aos
irmãos, tornar-se o queridinho da professora, atrair a admiração do chefe, ou
mesmo chamar a atenção pelo aspecto inverso: ser o que dá mais trabalho, o que
sempre perturba e recebe críticas etc. Em um caso e no outro, o que é
satisfeito é o desejo infantil de sentir-se único, ser o eleito ou manter-se em
evidência.
     Com o fim da infância, fazemos o luto (incompleto) dessa
posição onipotente e mesmo percebendo, com maior ou menor dor, que os pais têm
um ao outro, que os irmãos também são amados, que há outros alunos que cativam
a professora e que não somos o eleito pelo chefe, continuamos precisando de
reasseguramentos narcísicos desse tipo. E qual é a experiência posterior com maior
potencial de restaurar os sentimentos de estar incluído e de ser sui generis
para alguém?
O apaixonamento. Esse estado recupera a sensação prazerosa
de ser o escolhido e de ser mais encantador do que todas as outras
pessoas.  Ou seja, a paixão e o amar e ser amado restituem parte da ferida
narcísica operada pela castração. Até aí, isso nos ajuda a compreender porque é
tão bom se apaixonar. Mas, de onde vêm a angústia e o sofrimento nas relações
amorosas, sejam elas “abertas” ou “fechadas”?
     Da ameaça de que esse estado idílico seja ameaçado e
perdido. A alegria de reviver a ilusão de completude narcísica promovida pela
paixão pode ser simultânea ao temor de sua perda. De fato, esse efeito
paradoxal decorre dos indícios de que a sensação tão maravilhosa de reviver a
onipotência infantil pode acabar, comprometida pela entrada de um terceiro que
roube o nosso lugar e corte essa utopia, transformando-a num engodo.
     Talvez os novos relacionamentos abertos sejam uma tentativa
interessante de tentar diminuir os efeitos nocivos da exclusão, definindo que
ela não deve incomodar. O equilíbrio, entretanto, mostra-se instável, como
demonstram o surgimento (e muitas vezes o aumento crescente) dos acordos
particulares que dão contorno à liberdade total. Esses limites restabelecem o
que fica “de dentro” e o que fica “de fora”, reeditando as fronteiras
simbólicas do triângulo edípico e evidenciando seja a dificuldade de se
relacionar com absoluta soltura, seja certo conforto diante de fronteiras
claras. Negar a dependência afetiva e o prazer da exclusividade, buscando ser
“evoluído” e não sentir ciúme, pode funcionar por um tempo. Mas não garante
menos sofrimento nas relações amorosas. E, afinal, se podemos restaurar a
experiência de ser único, mesmo sabendo que é ilusória, por que recusá-la?
*Patricia Vianna Getlinger é membro associado da SBPSP-SP
e membro do Departamento de psicanálise do instituto Sedes Sapientiae
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
Como Eu Matei A Minha Filha
Por: Cadu Castro 
Sou machista. Fui criado assim. Cresci, casei e tive uma filha. Sempre subjuguei a minha mulher, o que achava ser completamente natural. Afinal, o machismo é tão estrutural que se naturaliza. Usava adjetivos como incompetente, idiota, estúpida, para criticar muitas de suas falas e posturas, e assim a diminuir, apequenar. Nunca a agredi fisicamente, mas praticava a violência psicológica. Minha filha foi criada nesse ambiente.
Eu ria das piadas que humilham ou desqualificam as mulheres, e as reproduzia. Quando alguma se ofendia e reclamava, eu perguntava se não tinha senso de humor, era só uma piada, uma brincadeira. Além disso, sempre fui muito moralista, especialmente quando via mulheres com roupas muito curtas. Tantas vezes disse que estavam pedindo para serem estupradas. Lembro de uma vez que me contaram sobre um caso de estupro de uma moça “moderninha” do bairro onde moro, e questionei se foi estupro mesmo. Afinal, ela abusava, pedia, né? Minha filha ouvia tudo isso.
Defendia que homens e mulheres são muito diferentes e os direitos não poderiam ser iguais. Reproduzia as falácias de que homem é mais racional, mulher é mais sentimental; que um monte de mulher num mesmo ambiente de trabalho não dá certo; que mulher fala demais; que mulher gosta de fofoca; que homens são mais competentes para gerir negócios; que tem mulher que gosta de apanhar; que criança mal educada é culpa da mãe, etc. Minha filha aprendeu tudo isso.
Uma vez um vizinho agrediu fisicamente sua mulher. Minha esposa e minha filha falaram em chamar a polícia. lmpedi-as. Disse que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. Quem sabe o que ela fez pra ele perder a cabeça? Minha filha introjetou essa ideia.
Eu desumanizava a figura feminina. As mulheres mais independentes e desprendidas das regras morais as quais eu defendia, eu chamava de vaca, piranha, galinha. Dizia que feminismo é coisa de mulher mal comida, feia, desajustada, recalcada. Ficava ofendido quando alguém me chamava de machista, dizia, “nem machismo, nem feminismo, nada de ismos”. Minha filha chegou até a reproduzir algumas dessas minhas falas.
Recordo quando ela me apresentou a ele. Estavam começando a namorar. Uma vez a ouvi conversando com uma amiga e dizia que ele era meio grosseiro às vezes, mas homem era assim mesmo, né? Eu era a sua referência.
Outra vez falava com uma prima sobre ter encontrado ele com outra, mas ele se desculpou e disse que a amava. Lembrou que há alguns anos, a mãe também havia descoberto algumas puladas de cerca minhas, e que isso era coisa de homens mesmo.
Eu gostava dele. Era um cara muito simpático e trabalhador. Ria muito das piadas que eu contava sobre mulheres e até trouxe algumas novas que ampliaram meu repertório.
Casaram-se. Com a minha bênção. Uma vez ela reclamou para a mãe que ele era muito ciumento e a cerceava. Envolvi-me na conversa e disse que ele era o homem da casa e ela tinha de respeitá-lo, e que ciúme era sinal de amor. Ela concordou. Percebi que algumas vezes ele falava com ela de uma forma agressiva. Chamei-o para uma conversa. Pediu-me desculpas, disse que ia se policiar, “mas que mulher falava demais, sabe como é, acaba deixando a gente nervoso”… Acabei concordando com ele.
Há pouco tempo ela chegou em casa com um hematoma no olho, o rosto inchado e marcas nos braços. Perguntei o que era aquilo e ela respondeu que havia caído das escadas, mas estava bem, que eu não precisava me preocupar. Perguntei se estava tudo bem entre ela e o marido. Ela disse que sim, que ele a amava.
Ontem recebi uma ligação da polícia. Soube que minha filha estava morta. O seu companheiro a havia atirado da varanda do apartamento no décimo andar, ou a esfaqueado, ou a alvejado, ou a estrangulado, ou a agredido até a morte, durante uma briga conjugal.
Vizinhos ouviram os gritos de socorro dela, mas ninguém se envolveu ou chamou a polícia, afinal, em briga de marido e mulher não se mete a colher.
Eu cai, ou fui esfaqueado, ou agredido, ou estrangulado, ou alvejado, junto com minha filha. Agora jazo neste chão frio. A queda, ou o tiro, ou o estrangulamento, ou a agressão, ou a facada, que destroçou minha alma, aguçou meus sentidos. Consigo ver, consigo ouvir. Vejo agora com uma clareza e lucidez que me lancinam: o machismo, que sempre naturalizei e reproduzi, oprime, fere, mata. Ouço o grito dos feminismos. É um grito de dor. É um grito ancestral. É um grito por igualdade de direitos e oportunidades. É um grito por respeito. É um grito pela vida. É o grito da minha fila, e da sua.
Agora é tarde para mim. Agora é tarde para ela. Matei minha filha. A cada ato machista eu matei minha filha. Matei também outras filhas, irmãs, mães… Reproduzir o machismo é sujar as mãos de sangue.
Aja antes que seja tarde.
* Deve estar se perguntando se esta história é verídica. Respondo: sim e não. Sim porque ela acontece todos os dias, em muitos lugares, com muitas famílias. Criamos uma série de feminicidas, e alguns feminicidas em série. O Brasil está entre os países com maior índice de feminicídios: ocupa a quinta posição em um ranking de 83 nações. Morrem 13 mulheres por dia vitimadas pelo feminicídio. Quase 80% das mortes são causadas pelo companheiro.
E não, não é verídica porque não aconteceu comigo.
Apenas escrevi esta crônica tocado por uma grave questão social: o machismo.
Tenho a felicidade de estar cercado por mulheres feministas. Esposa, filha, sobrinha, nora, primas, amigas.
Criei uma filha feminista. Desde pequena a ensinei a só aceitar um NÃO com uma justificativa coerente, de quem quer que fosse, inclusive eu.
Quando se criou a expectativa de que ela fosse bailarina, dei o apoio que ela queria para treinar Taekwondo. Ela é faixa preta segundo dan. Foi campeã brasileira disputando com homens (não havia mulheres para disputar com ela na época) e campeã panamericana. É casada com um cara maravilhoso. E agora esperamos a Mel, filha deles e minha primeira neta, que só de pensar me encho de amor e ternura.
Preciso lutar por um mundo melhor para ela. Preciso lutar por um mundo melhor para todas as mulheres. Aliás, presenteei minha filha, sobrinha e prima com o livro Uma breve história do feminismo, da professora Carla Cristina Garcia. Quero um mundo melhor para todas as pessoas.
E para isso, nós, homens, temos de travar uma luta ferrenha, que começa dentro de cada um de nós, contra o machismo nosso de cada dia.
Temos de (des)aprender o que somos.
Só os feminismos salvam! Essa luta é de todos nós. Ensino isso para o meu filho, que é um cara maravilhoso.
sexta-feira, 6 de julho de 2018
Sobre aproveitar os momentos importantes da vida
Os passarinhos da vida
Todos os dias, a natureza nos envia passarinhos de presente. Envolvidos com nossas preocupações, nem sempre percebemos que eles estão voando ao redor, dando mais beleza e graça à vida.
Certa vez, durante um fim de semana, eu estava na chácara de um casal de amigos preparando o almoço da turma. De repente, minha filha, Marina, que na época tinha 4 anos, entrou como um furacão na cozinha. Estava eufórica: o rosto era pura felicidade, os olhinhos brilhavam como dois diamantes ao sol.
– Papai, vem ver que passarinho lindo eu achei – disse ela quase gritando.
Nem tive tempo de responder. Ela virou as costas e, entusiasmada, voltou correndo para admirar sua descoberta.
Fui até o fogão, desliguei o gás, lavei as mãos e, em seguida, tirei o avental. Cumprido esse ritual – nada além do que se espera de um adulto responsável e zeloso –, eu me dirigi à porta. Não levei mais que 30 segundos depois do chamado.
Quando saí da cozinha, a pequena Marina já estava voltando com uma expressão de frustração no rosto. Seus olhos não brilhavam mais. Percebi que já era tarde. Ela me olhou e disse:
– Papai, o passarinho voou.
Fiquei um momento ali, parado, com cara de bobo, sem esboçar nenhuma reação diante daquele anjinho que me censurava por ter demorado tanto para ver algo maravilhoso que acabara de descobrir. Depois, tentei consolá-la com um beijo carinhoso e, devagar, fui me dando conta de que eu também precisava de consolo.
– Papai, vem ver que passarinho lindo eu achei – disse ela quase gritando.
Nem tive tempo de responder. Ela virou as costas e, entusiasmada, voltou correndo para admirar sua descoberta.
Fui até o fogão, desliguei o gás, lavei as mãos e, em seguida, tirei o avental. Cumprido esse ritual – nada além do que se espera de um adulto responsável e zeloso –, eu me dirigi à porta. Não levei mais que 30 segundos depois do chamado.
Quando saí da cozinha, a pequena Marina já estava voltando com uma expressão de frustração no rosto. Seus olhos não brilhavam mais. Percebi que já era tarde. Ela me olhou e disse:
– Papai, o passarinho voou.
Fiquei um momento ali, parado, com cara de bobo, sem esboçar nenhuma reação diante daquele anjinho que me censurava por ter demorado tanto para ver algo maravilhoso que acabara de descobrir. Depois, tentei consolá-la com um beijo carinhoso e, devagar, fui me dando conta de que eu também precisava de consolo.
As emoções que senti em alguns instantes decisivos da vida tomaram conta do meu coração. Lembrei-me das incontáveis situações desafiadoras em que precisei partir para o tudo ou nada. Cenas de um rápido filme passaram por minha mente, imagens de momentos em que precisei tomar rapidamente uma decisão, abandonar o fogão, jogar tudo para o alto e correr atrás dos passarinhos da vida!
Comecei então a me questionar: por que naquela hora não larguei tudo e fui curtir o passarinho com minha filha?
Pensei imediatamente no sofrimento que sentem as pessoas que desperdiçam a vida apenas porque não tomam uma decisão e uma atitude capazes de transformá-la.
Pensei em quantos filhos se arrependem por nunca ter dito “eu te amo” a seus pais enquanto eles eram vivos...
Em quantos pais e mães se lamentam por jamais ter tido a coragem de transformar o relacionamento com seus filhos antes que eles se afastassem por completo do convívio com a família...
Em quantos profissionais perderam uma grande proposta de emprego porque não aceitaram abandonar a segurança de um cargo...
Em quantas pessoas liquidaram a possibilidade de ser felizes em outro relacionamento porque não romperam um casamento sem amor...
Em quanta gente deixa de exercer a profissão de seus sonhos por não ter coragem de arriscar...
Mas penso também que ninguém pode viver permanentemente fazendo mudanças radicais na vida. A melhor maneira de resolver os problemas de um casamento insatisfatório é certamente conversar sobre as dificuldades buscando um entendimento que nos traga mais felicidade. A melhor maneira de trocar de emprego é fazer um planejamento adequado e enviar currículos antes de pedir demissão.
Se sua vida está tranqüila, seguindo um rumo em que você se sente pleno, o processo de evolução deve ser progressivo e sem grandes abalos. Há, porém, situações frustrantes ou opressivas que se arrastam por anos a fio sem que a gente consiga resolvê-las e que nos fazem viver debaixo de um manto de dor. Em meio a esse sofrimento contínuo, um dia nossa consciência desperta e percebemos que, para mudar, precisamos dizer: é agora ou nunca! É tudo ou nada!
Nesse despertar, compreendemos que chegou o tempo de agir. Uma pequena distração e...
Cadê o passarinho?
Em instantes assim, tenha a coragem de acreditar na vida e responda: “Sim, aqui vou eu!”
Roberto Shinyashiki
Muitas vezes, por temer as conseqüências de nossas ações, criamos fantasmas que nos impedem de seguir adiante e acabam nos imobilizando. É como se nos transformássemos em estátuas, soterrando toda a nossa energia de vida sob camadas e mais camadas de preocupações.
Esteja atento aos presentes da vida e disposto a abrir suas asas para voar com os passarinhos!
Comecei então a me questionar: por que naquela hora não larguei tudo e fui curtir o passarinho com minha filha?
Pensei imediatamente no sofrimento que sentem as pessoas que desperdiçam a vida apenas porque não tomam uma decisão e uma atitude capazes de transformá-la.
Pensei em quantos filhos se arrependem por nunca ter dito “eu te amo” a seus pais enquanto eles eram vivos...
Em quantos pais e mães se lamentam por jamais ter tido a coragem de transformar o relacionamento com seus filhos antes que eles se afastassem por completo do convívio com a família...
Em quantos profissionais perderam uma grande proposta de emprego porque não aceitaram abandonar a segurança de um cargo...
Em quantas pessoas liquidaram a possibilidade de ser felizes em outro relacionamento porque não romperam um casamento sem amor...
Em quanta gente deixa de exercer a profissão de seus sonhos por não ter coragem de arriscar...
Mas penso também que ninguém pode viver permanentemente fazendo mudanças radicais na vida. A melhor maneira de resolver os problemas de um casamento insatisfatório é certamente conversar sobre as dificuldades buscando um entendimento que nos traga mais felicidade. A melhor maneira de trocar de emprego é fazer um planejamento adequado e enviar currículos antes de pedir demissão.
Se sua vida está tranqüila, seguindo um rumo em que você se sente pleno, o processo de evolução deve ser progressivo e sem grandes abalos. Há, porém, situações frustrantes ou opressivas que se arrastam por anos a fio sem que a gente consiga resolvê-las e que nos fazem viver debaixo de um manto de dor. Em meio a esse sofrimento contínuo, um dia nossa consciência desperta e percebemos que, para mudar, precisamos dizer: é agora ou nunca! É tudo ou nada!
Nesse despertar, compreendemos que chegou o tempo de agir. Uma pequena distração e...
Cadê o passarinho?
Em instantes assim, tenha a coragem de acreditar na vida e responda: “Sim, aqui vou eu!”
Roberto Shinyashiki
Muitas vezes, por temer as conseqüências de nossas ações, criamos fantasmas que nos impedem de seguir adiante e acabam nos imobilizando. É como se nos transformássemos em estátuas, soterrando toda a nossa energia de vida sob camadas e mais camadas de preocupações.
Esteja atento aos presentes da vida e disposto a abrir suas asas para voar com os passarinhos!
segunda-feira, 25 de junho de 2018
A mãe suficientemente boa
Por: Paulo Emanuel Machado
Publicado em: https://www.psicologiasdobrasil.com.br/mae-suficientemente-boa/
Para a Psicanálise, o indivíduo humano não é um objeto da natureza, mas um sujeito que, para existir, precisa do cuidado e atenção de outro ser humano. O psicanalista inglês D. W. Winnicott vai dizer que não existe o bebê, mas sim o bebê com sua mãe. Enfatiza que a mãe intervém como ativa construtora do espaço mental da criança, formando com ela quase que uma verdadeira unidade.
A mãe suficientemente boa ajuda a formar a mente do bebê, possibilitando-lhe a experiência da onipotência primária, base do fazer criativo: o bebê crê que ele cria o mundo. Essa percepção criativa do mundo é uma experiência do self, núcleo singular do sujeito. Winnicott acredita que a localização do self no corpo não é uma experiência dada desde sempre, mas sim fruto do desenvolvimento saudável.
A relação com a mãe leva o bebê a administrar a própria espontaneidade e as expectativas externas. A mãe suficientemente boa aceita, consciente ou inconscientemente, as expressões do bebê: a fome; os incômodos; o prazer; o desejo. Ela não impõe o que pensa ser o certo, mas permite ao filho ter experiências nas quais ele é sempre sujeito. Assim, o bebê forma seu verdadeiro self.
A relação com a mãe leva o bebê a administrar a própria espontaneidade e as expectativas externas. A mãe suficientemente boa aceita, consciente ou inconscientemente, as expressões do bebê: a fome; os incômodos; o prazer; o desejo. Ela não impõe o que pensa ser o certo, mas permite ao filho ter experiências nas quais ele é sempre sujeito. Assim, o bebê forma seu verdadeiro self.
Se, por outro lado, o bebê é tido como objeto e se constrói em função da vontade alheia, o seu self será falso. O indivíduo será privado de liberdade, espontaneidade e criatividade. A mãe que não consegue ser suficientemente boa não proporciona ao bebê que ele se constitua como sujeito independente.
Winnicott explica que não é necessário a mãe ter uma compreensão intelectual de sua função ou tarefas. Para ele, a mãe está preparada para a mesma, em sua essência, pela orientação biológica em relação ao seu próprio filho. Implica mais o fato de sua devoção do que de sua compreensão para que seja suficientemente boa para obter sucesso nas primeiras etapas da vida do bebê. É exatamente quando ela confia em seu próprio julgamento que está em sua melhor forma.
Winnicott explica que não é necessário a mãe ter uma compreensão intelectual de sua função ou tarefas. Para ele, a mãe está preparada para a mesma, em sua essência, pela orientação biológica em relação ao seu próprio filho. Implica mais o fato de sua devoção do que de sua compreensão para que seja suficientemente boa para obter sucesso nas primeiras etapas da vida do bebê. É exatamente quando ela confia em seu próprio julgamento que está em sua melhor forma.
A prática de executar o que lhe parece correto vai habilitá-la a descobrir e usufruir da plenitude da maternidade. Ela também se permite surpreender-se no contato direto com seu filho. Pois é, desse modo, ao se sentir livre para agir, que ela aprimora-se na função materna.
Inicialmente, como já foi sugerido, o vínculo entre a mãe e o bebê é muito intenso. Não apenas para a mãe essa experiência é forte e poderosa; também o bebê precisa desse tipo de ambiente protetor e confiável.
Inicialmente, como já foi sugerido, o vínculo entre a mãe e o bebê é muito intenso. Não apenas para a mãe essa experiência é forte e poderosa; também o bebê precisa desse tipo de ambiente protetor e confiável.
O adulto saudável, para Winnicott, é aquele que teve, na infância, nas primeiras semanas e meses, estabelecidos os alicerces de sua saúde psíquica. Para o bebê tornar-se sujeito, é imprescindível que o mesmo seja, desde o início, reconhecido como pessoa e não como objeto. Por exemplo, o bebê não se importa tanto que lhe deem a alimentação substancial na hora precisa, mas que seja alimentado por alguém que ama alimentá-lo.
Para constituir-se, o bebê não pode dispensar do prazer da mãe ao exercer sua função materna. Se cada tarefa do cuidado é executada com prazer isso é estruturante para o sujeito. Winnicott utilizará a seguinte metáfora: é algo como o raiar do sol para o bebê. O prazer materno de estar realmente presente nesta relação leva o bebê ao seu desenvolvimento pleno.
Para constituir-se, o bebê não pode dispensar do prazer da mãe ao exercer sua função materna. Se cada tarefa do cuidado é executada com prazer isso é estruturante para o sujeito. Winnicott utilizará a seguinte metáfora: é algo como o raiar do sol para o bebê. O prazer materno de estar realmente presente nesta relação leva o bebê ao seu desenvolvimento pleno.
Entretanto se, para a mãe, cada tarefa ou toda a função materna é monótona, inútil, mecânica ou precária, o bebê não se estrutura. Definha ou adoece. Apesar disso, Winnicott enfatiza que cada bebê é uma “organização em marcha”: seu ímpeto para a vida, para o crescimento e o desenvolvimento é uma parcela da centelha vital que cada bebê carrega consigo. Daí sua esperança no que poderíamos denominar de “cura” terapêutica nos futuros adultos adoecidos.
Nos primeiros dias, é o padrão ou a técnica do cuidado da mãe que o bebê percebe, bem como os detalhes de seu mamilo, o formato de suas orelhas, a qualidade de seu sorriso, o hálito e outros aspectos físicos. Mais à frente, ele terá uma rudimentar ideia da totalidade da mãe, em certos momentos especiais. Independente do que o bebê possa ou não perceber, ele precisa que a mãe esteja constantemente presente como uma pessoa inteira.
Nos primeiros dias, é o padrão ou a técnica do cuidado da mãe que o bebê percebe, bem como os detalhes de seu mamilo, o formato de suas orelhas, a qualidade de seu sorriso, o hálito e outros aspectos físicos. Mais à frente, ele terá uma rudimentar ideia da totalidade da mãe, em certos momentos especiais. Independente do que o bebê possa ou não perceber, ele precisa que a mãe esteja constantemente presente como uma pessoa inteira.
Pois apenas pessoas inteiras – um ser humano total – podem amar e possuir o caráter necessário para exercer suficientemente bem a função materna. Decorre daí a afirmação de Winnicott que um bebê não existe sozinho, sendo essencialmente parte de uma relação.
Para o terapeuta inglês, a mãe é necessária como pessoa viva: o bebê deve sentir o calor de sua pele; deve prová-la e vê-la. Deve existir completo acesso ao corpo vivo da mãe.
Para o terapeuta inglês, a mãe é necessária como pessoa viva: o bebê deve sentir o calor de sua pele; deve prová-la e vê-la. Deve existir completo acesso ao corpo vivo da mãe.
Sem esta presença vital, nenhuma técnica, receita ou conselho valem. Porque a presença física real da mãe satisfaz necessidades emocionais profundas da criança. Nos primeiros tempos, dessa forma, o amor deve manifestar-se essencialmente em termos físicos. A vivacidade da mãe e sua orientação somática fornecem para o bebê um ambiente psicológico e primordial para seu desenvolvimento emocional.
Em seguida, a mãe é necessária para apresentar o mundo ao bebê. Ela é sua mediadora da realidade externa. Sendo uma pessoa total e agindo de modo suficientemente saudável, a mãe ajudará o bebê a desenvolver em si a convicção de que o mundo contém o que é amado e necessário. Cria no bebê esperança e confiança de que há entre a realidade externa e sua realidade interna uma relação viva. Tal harmonia e equilíbrio, sempre flutuantes, incentivam a capacidade criadora, inata e primária, e criam o mundo que é compartilhado por todos os humanos.
A terceira maneira em que a mãe é necessária está na capacidade materna de desilusionamento. Foi ela quem capacitou à criança a ilusão de que o mundo foi criado a partir de suas necessidades e imaginação. Agora, terá de levá-la através de um processo de desilusionamento, que constitui um aspecto mais vasto do desmame – ou poderíamos também dizer da castração.
O psicanalista inglês afirma que o que pode ser oferecido à criança é o desejo adulto de tornar a realidade suportável ao ponto em que se possa aguentar o terrível peso do cotidiano e dos imperativos da realidade. A mãe, levando o bebê à desilusão, abre para ele a possibilidade de desenvolver sua capacidade criadora. Com isso, ele pode crescer e constituir-se através de talentos amadurecidos e contribuir futuramente para a sociedade.
A mudança da ideia de necessidade para a de desejo indica um crescimento e uma aceitação da realidade externa com um enfraquecimento gradativo e consequente dos imperativos pulsionais. Inicialmente, a mãe – viva e total – deixou-se conduzir pelo bebê e foi até dominada por ele. Finalmente, a criança fica habilitada a livrar-se dessa relação dual e da dependência que pertence às fases iniciais de desenvolvimento. Winnicott, entretanto, deixa claro que, no seu pensamento, a mãe não poderá privar o filho dela própria (desmame, desilusionamento, castração) se antes não tiver significado tudo para a criança. Segundo ele, mantém-se o princípio de que o desenvolvimento emocional do bebê só pode ser bem consolidado na base das relações com uma pessoa que, idealmente, deve ser a mãe suficientemente boa.
A mãe – que conseguindo funcionar como um agente adaptativo – apresenta o mundo de forma a que o bebê comece com um suprimento da experiência de onipotência, constitui o alicerce apropriado para que a criança, depois, como já foi dito, entre em acordo com o princípio de realidade. Submeta-se à função paterna; à lei do pai. A realidade será, assim, suportada a partir da criatividade. Ou seja, da manutenção através da existência de algo pertencente à experiência primitiva e infantil: a capacidade de criar o mundo. Só a mãe suficientemente boa é capaz de se adaptar às necessidades do bebê para que ele não perceba que o mundo já estava lá antes que ele tivesse sido concebido ou concebesse o mundo.
De modo saudável, o bebê torna-se, então, preparado para encontrar um mundo de objetos e ideias e, segundo seu desenvolvimento, a mãe suficientemente boa é que lhe vai apresentando o mundo necessário e generoso. O resultado prático é que cada bebê começa com uma nova criação do mundo. Isso quando as coisas correm razoavelmente bem, como, para Winnicott, geralmente acontece. Se, entretanto, quando o bebê tiver que criar o mundo e ninguém estiver lá (ou seja, não estiver aí uma mãe suficientemente boa) a criança cairá num autismo ou numa esquizofrenia infantil. O ser humano que não começar a vida com a experiência de ser onipotente não tem chance de se tornar uma peça na engrenagem da vida
A mudança da ideia de necessidade para a de desejo indica um crescimento e uma aceitação da realidade externa com um enfraquecimento gradativo e consequente dos imperativos pulsionais. Inicialmente, a mãe – viva e total – deixou-se conduzir pelo bebê e foi até dominada por ele. Finalmente, a criança fica habilitada a livrar-se dessa relação dual e da dependência que pertence às fases iniciais de desenvolvimento. Winnicott, entretanto, deixa claro que, no seu pensamento, a mãe não poderá privar o filho dela própria (desmame, desilusionamento, castração) se antes não tiver significado tudo para a criança. Segundo ele, mantém-se o princípio de que o desenvolvimento emocional do bebê só pode ser bem consolidado na base das relações com uma pessoa que, idealmente, deve ser a mãe suficientemente boa.
A mãe – que conseguindo funcionar como um agente adaptativo – apresenta o mundo de forma a que o bebê comece com um suprimento da experiência de onipotência, constitui o alicerce apropriado para que a criança, depois, como já foi dito, entre em acordo com o princípio de realidade. Submeta-se à função paterna; à lei do pai. A realidade será, assim, suportada a partir da criatividade. Ou seja, da manutenção através da existência de algo pertencente à experiência primitiva e infantil: a capacidade de criar o mundo. Só a mãe suficientemente boa é capaz de se adaptar às necessidades do bebê para que ele não perceba que o mundo já estava lá antes que ele tivesse sido concebido ou concebesse o mundo.
De modo saudável, o bebê torna-se, então, preparado para encontrar um mundo de objetos e ideias e, segundo seu desenvolvimento, a mãe suficientemente boa é que lhe vai apresentando o mundo necessário e generoso. O resultado prático é que cada bebê começa com uma nova criação do mundo. Isso quando as coisas correm razoavelmente bem, como, para Winnicott, geralmente acontece. Se, entretanto, quando o bebê tiver que criar o mundo e ninguém estiver lá (ou seja, não estiver aí uma mãe suficientemente boa) a criança cairá num autismo ou numa esquizofrenia infantil. O ser humano que não começar a vida com a experiência de ser onipotente não tem chance de se tornar uma peça na engrenagem da vida
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
D. W. Winnicott, “A criança e o seu mundo”, Rio de Janeiro: LTC, 1982.
_ “Tudo começa em casa”, São Paulo: Martins Fontes, 2016.
_ “Tudo começa em casa”, São Paulo: Martins Fontes, 2016.
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
Guia para momentos difíceis
Em momentos em que estiver sentindo-se angustiado e sem saída, experimente fazer este exercício:
Pare com todos os pensamentos que se tornam obsessivos em buscar uma saída. 
Apenas pare com todos eles. 
Respire.
Se puder, olhe para o céu.
Vá de encontro a natureza. Vá de encontro a si mesmo.
Se puder, olhe para o céu.
Vá de encontro a natureza. Vá de encontro a si mesmo.
Coloque-se no centro do furacão.  No centro do furacão não há caos, não há nada. Ou ainda, há o nada. E do nada, há todas as possibilidades, o início.
Amigos, ou um amigo, são importantes em alguns momentos difíceis. Então se tiver oportunidade, procure-os. Peça ajuda.
Mas acredite, a verdadeira força está em você.
Acredite em si mesmo. Você já chegou até aqui. Vai conseguir.
Se perceber que é uma situação que se repete em sua vida, talvez seja o caso de procurar ajuda profissional. Afinal, não temos que dar conta sozinhos.
Mas acredite, a verdadeira força está em você.
Acredite em si mesmo. Você já chegou até aqui. Vai conseguir.
Se perceber que é uma situação que se repete em sua vida, talvez seja o caso de procurar ajuda profissional. Afinal, não temos que dar conta sozinhos.
Por fim, tranquilize teu coração enchendo-o de amor. O amor nos traz a paz e serenidade necessárias para tomar decisões importantes de forma acertada. 
Sinta seu coração se encher de segurança e acolha sua dor com ela.
Vai passar, sempre passa. Mas você terá superado e seguirá com confiança na legítima busca pela felicidade.
Aurea L. Pioli
Aurea L. Pioli
Oportunidade
E assim se vai mais um dia solitário
Você está economizando tempo mas está a milhas longe
Sua mosca estava se afogando em algum chá amargo
Por ter visto uma oportunidade perdida
Você está economizando tempo mas está a milhas longe
Sua mosca estava se afogando em algum chá amargo
Por ter visto uma oportunidade perdida
Encontre seu espelho, vá e olhe para dentro
E veja o talento que você sempre esconde
Não engane a si mesmo, não hoje
A satisfação não está tão longe
E veja o talento que você sempre esconde
Não engane a si mesmo, não hoje
A satisfação não está tão longe
Aguente firme agora, sua saída está aqui
Está esperando só por você
Não hesite por muito tempo
Está desaparecendo agora
Está tudo acabando muito rápido, você verá
Está esperando só por você
Não hesite por muito tempo
Está desaparecendo agora
Está tudo acabando muito rápido, você verá
Logo você verá
Seu café está quente, mas seu leite está azedo
A vida é curta mas você está aqui para florescer
Sonhe você mesmo ao longo de outro dia
Nunca deixe escapar uma oportunidade
A vida é curta mas você está aqui para florescer
Sonhe você mesmo ao longo de outro dia
Nunca deixe escapar uma oportunidade
Não tenha medo do que você não pode ver
O seu único medo é a possibilidade
Nunca se pergunte que diabos deu errado
Sua segunda chance pode nunca vir
O seu único medo é a possibilidade
Nunca se pergunte que diabos deu errado
Sua segunda chance pode nunca vir
Aguente firme agora, sua saída está aqui
Está esperando só por você
Não hesite por muito tempo
Está desaparecendo agora
Está tudo acabando muito rápido, você verá
Está esperando só por você
Não hesite por muito tempo
Está desaparecendo agora
Está tudo acabando muito rápido, você verá
Logo você verá
Aguente firme agora, sua saída está aqui
Está esperando só por você
Não hesite por muito tempo
Está desaparecendo agora
Está tudo acabando muito rápido, você verá
Está esperando só por você
Não hesite por muito tempo
Está desaparecendo agora
Está tudo acabando muito rápido, você verá
sexta-feira, 5 de janeiro de 2018
Como conversar com meninas
              Este texto da Lisa Bloom nos faz pensar no quanto pequenas atitudes na educação das crianças podem modificar comportamentos sociais de décadas. Então da próxima vez que for conversar com uma menina, tente segurar o impulso de dizer apenas o quanto ela é linda para ressaltar e estimular outras qualidades e potencialidades que ela já tem ou pode desenvolver.
Como conversar com meninas
Eu fui a um jantar na casa de uma amiga na semana passada, e encontrei sua filha de 5 anos pela primeira vez. A pequena Maya tinha os cabelos castanhos e cacheados, olhos escuros, e estava adorável em seu vestidinho rosa e brilhante. Eu queria gritar, “Maya você é tão fofa! Veja só! Dê uma voltinha e desfile esse vestidinho rosa, sua coisinha linda!”
Mas eu não fiz isso. Eu me contive. Como sempre me contenho quando conheço garotinhas, negando meu primeiro impulso, que é dizer o quão fofas/lindas/bonitas/bem vestidas/de unhas feitas/cabelo arrumado elas são/estão.
“O que há de errado nisso? É a conversa padrão de nossa cultura para quebrar o gelo com as meninas, não é? E por que não fazer-lhes um elogio sincero para elevar suas auto-estimas? Porque elas são tão lindas que eu simplesmente quero explodir de tanta fofura quando as encontro, sinceramente.”
Guarde este pensamento por um tempo.
Esta semana a ABC News informou que quase metade das meninas de 3 a 6 anos se preocupam por estarem gordas. No meu livro, Think: Straight Talk for Women to Stay Smart in a Dumbed-Down World, eu revelo que 15 a 18% das meninas com menos de 12 anos usam rímel, delineador e batom regularmente; distúrbios alimentares estão em alta e a auto-estima está em baixa; e 25% das jovens mulheres americanas prefeririam vencer o America’s Next Top Model a ganhar o prêmio Nobel da Paz. Até universitárias inteligentes e bem sucedidas dizem que preferem ser ‘gostosas’ a serem inteligentes. Recentemente uma mãe de Miami morreu durante uma cirurgia estética, deixando dois filhos adolescentes. Isso não pára de acontecer, e isso parte o meu coração.
Ensinar as meninas que a aparência delas é a primeira coisa que se nota ensina a elas que o visual é mais importante do que qualquer outra coisa. Isso as leva a fazer dieta aos 5 anos de idade, usar base aos 11, implantar silicone aos 17 e aplicar botox aos 23. Enquanto a exigência cultural de que as garotas sejam lindas 24 horas por dia se torna regra, as mulheres têm se tornado cada vez mais infelizes. O que está faltando? Um sentido para a vida, uma vida de idéias e livros e de sermos valorizadas por nossos pensamentos e realizações.
Eu me esforço para falar com as meninas assim:
“Maya,” eu disse, me ajoelhando até ficar da sua altura, olhando em seus olhos, “prazer em conhecê-la”.
“O prazer é todo meu,” ela disse, com a voz já bem treinada e educada para falar com adultos como uma boa menina.
“Hey, o que você está lendo?” Perguntei, com um brilho nos olhos. Eu amo livros. Sou louca por eles. Eu deixo isso transparecer.
Seus olhos ficaram maiores, e ela demonstrou uma empolgação genuína, mas contida, sobre o assunto. Ela pausou, no entanto, tímida por estar com um adulto desconhecido.
“Eu AMO livros,” eu disse. “E você?”
A maioria das crianças gosta de livros.
“SIM,” ela disse. “E agora eu consigo ler sozinha!”
“Que incrível!” eu disse. E é incrível, para uma menina de 5 anos.
“Qual é o seu livro preferido?” perguntei.
“Vou lá pegar! Posso ler pra você?”
Purplicious foi a escolha de Maya, um livro novo para mim, e Maya se sentou junto a mim no sofá e leu com orgulho cada palavra em voz alta, sobre a nossa heroína que adora rosa mas é perturbada por um grupo de garotas na escola que só usam preto. Infelizmente, o livro era sobre garotas e o que elas vestiam, e como suas escolhas de roupas definiam suas identidades. Mas depois que Maya virou a última página, eu conduzi a conversa para as questões mais profundas do livro: meninas más e pressão dos colegas, e sobre não seguir a maioria. Eu contei pra ela que minha cor preferida é o verde, porque eu amo a natureza, e ela concordou com isso.
Em nenhum momento nós discutimos sobre as roupas, o cabelo, o corpo ou quem era bonita. É surpreendente o quão difícil é se manter longe desses tópicos com meninas pequenas, mas eu sou teimosa!
Eu falei para ela que eu tinha acabado de escrever um livro, e que eu esperava que ela escrevesse um também, algum dia. Ela ficou bastante empolgada com essa ideia. Nós duas ficamos muito tristes quando Maya teve que ir pra cama, mas eu disse a ela para da próxima vez escolher outro livro para lermos e falarmos sobre ele. Ops! Isso a deixou animada demais para dormir, e ela levantou algumas vezes…
Aí está, um pouquinho de oposição a uma cultura que passa todas as mensagens erradas para as nossas meninas. Um empurrãozinho em direção à valorização do cérebro feminino. Um breve momento sendo um modelo a ser seguido, intencionalmente. Meus poucos minutos com a Maya vão mudar a multibilionária indústria da beleza, os reality shows que diminuem as mulheres, a nossa cultura maníaca por celebridades? Não. Mas eu mudei a perspectiva de Maya por pelo menos aquela noite.
Tente isto da próxima vez que você conhecer uma garotinha. Ela pode ficar surpresa e incerta no começo, porque poucos perguntam sobre sua mente, mas seja paciente e insista. Pergunte-a o que ela está lendo. Do que ela gosta ou não gosta, e por quê? Não existem respostas erradas. Você apenas está gerando uma conversa inteligente que respeita o cérebro dela. Para garotas mais velhas, pergunte sobre eventos atuais: poluição, guerras, cortes no orçamento para educação. O que a incomoda no mundo? Como ela consertaria se tivesse uma varinha mágica? Você pode receber algumas respostas intrigantes. Conte a ela sobre suas ideias e conquistas e seus livros preferidos. Mostre para ela como uma mulher pensante fala e age.
quarta-feira, 3 de janeiro de 2018
O tempo
O
tempo é o maior tesouro de que um homem pode dispor; embora inconsumível, o
tempo é o nosso melhor alimento; sem medida que o conheça, o tempo é contudo
nosso bem de maior grandeza: não tem começo, não tem fim; o tempo está em tudo.
Rico
só é o homem que aprendeu, piedoso e humilde, a conviver com o tempo,
aproximando-se dele com ternura, não contrariando suas disposições, não se
rebelando contra seu curso, não irritando sua corrente, estando atento para o
seu fluxo, brindando-o antes com sabedoria para receber dele os favores e não a
sua ira; o equilíbrio da vida depende essencialmente deste bem supremo, e quem
souber com acerto a quantidade de vagar, ou a de espera, que se deve pôr nas
coisas, não corre nunca o risco, ao buscar por elas, de defrontar-se com o que
não é;  pois só a justa medida do tempo
dá a justa natureza das coisas, não bebendo do vinho quem esvazia num só gole a
taça cheia; mas fica a salvo do malogro e livre da decepção quem alcançar
aquele equilíbrio, é no manejo mágico de uma balança que está guardada toda a
matemática dos sábios, num dos pratos a massa tosca, modelável, no outro, a
quantidade de tempo a exigir de cada um o requinte do cálculo, o olhar pronto,
a intervenção ágil ao mais sutil desnível.
O
tempo sabe ser bom, o tempo é largo, o tempo é grande, o tempo é generoso, o
tempo é farto é sempre abundante em suas entregas: amaina nossas aflições,
dilui a tensão dos preocupados, suspende a dor aos torturados, traz a luz aos
que vivem nas trevas, o ânimo aos indiferentes, o conforto aos que se lamentam,
a alegria aos homens tristes, o consolo aos desamparados, o relaxamento aos que
se contorcem, a serenidade aos inquietos, o repouso aos sem sossego, a paz aos intranquilos,
a umidade às almas secas; satisfaz os apetites moderados, sacia a sede aos
sedentos, a fome aos famintos, dá a seiva aos que necessitam dela, é capaz
ainda de distrair a todos com seus brinquedos; em tudo ele nos atende, mas as
dores da nossa vontade só chegarão ao santo alívio seguindo esta lei
inexorável: a obediência absoluta à soberania incontestável do tempo, não se
erguendo jamais o gesto neste culto raro; é através da paciência que nos
purificamos, em águas mansas é que devemos nos banhar, encharcando nossos
corpos de instantes apaziguados, fruindo religiosamente a embriaguez da espera
no consumo sem descanso desse fruto universal, inesgotável, sorvendo até a
exaustão o caldo contido em cada bago, pois só nesse exercício é que amadurecemos,
construindo com disciplina a nossa própria imortalidade, forjando, se formos
sábios, um paraíso de brandas fantasias onde teria sido um reino penoso de
expectativas e suas dores(..)
(Trecho de
Lavoura Arcaica – Raduan Nassar)
"...Pois só a justa medida do tempo dá a justa natureza das coisas."
terça-feira, 2 de janeiro de 2018
Feliz bordado novo
        Se eu pudesse dar um presente de Ano Novo, daria àquilo que para mim,  especialmente em minha profissão, tem o poder de transformar: A PALAVRA. 
Mas não uma palavra qualquer, dita por dizer, de qualquer jeito, e apenas por repetir.  Mas uma palavra que representasse a singularidade do momento de cada um. 
Uma palavra que tivesse o poder de curar, motivar, transformar, aceitar, tranquilizar, compreender...
Entretanto, o maior de todos os presentes já te foi dado, você amanheceu 2018! 
Um novo tecido da vida foi te ofertado, assim como agulhas e linhas.
Desejo então  que você  se conheça tanto, mais tanto! Que possa recontar sua própria história.
Que conhecendo sua própria história, possa compreender cada capítulo dela, bem como às escolhas que fez a partir dela.
Que como consequência disso, possa também entender um pouco mais às escolhas daquelas pessoas que estão, ou estiveram muito próximas à você. Incluindo àquelas que te machucaram alguma vez.
E que finalmente, você possa olhar para si mesmo e para os outros com olhos de bondade e generosidade.
Foi te dado um novo tecido.
A escolha é sua, que bordado você fará em 2018?
Quais linhas escolherá para tecer o tecido de vida que lhe foi dado?
Feliz bordado novo! Feliz 2018!
Aurea Pioli
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