segunda-feira, 19 de junho de 2017

Desistir para insistir ...Em ser feliz

Sobre algumas desistências: não fracassamos… Nós nos resgatamos


Por: Ivonete Rosa em 11 de maio de 2017.



Neste texto, optei por não fazer introdução, quero começar parabenizando a você, leitor(a), pela sua capacidade de ter desistido daquilo que tanto te incomodava. Isso mesmo, parabéns por ter se posicionado  e pensado em você. Você foi muito guerreiro(a) por ter chutado o balde e saído daquele emprego no qual você sentia-se profundamente desvalorizado e infeliz, e hoje está vivendo a satisfação indescritível de fazer o que realmente gosta.
Não foi fácil, talvez tenha sido muito criticado e julgado como inconsequente por seus amigos e familiares, mas deu a volta por cima e as coisas estão fluindo bem.

Você não fracassou ao desistir daquele emprego, você, na realidade, resgatou a sua dignidade.

Parabenizo a você que ficou tantos anos vivendo uma relação afetiva infeliz, aliás, acho que algumas relações nem deveriam ser denominadas como “afetivas”, visto que são  a própria tradução do tormento.
Certamente foi muito difícil para você conseguir romper, não é mesmo? E isso é muito compreensível, pois as rupturas nessa área são sempre carregadas de dores e angústias, por mais infeliz que a pessoa esteja. São muitas questões para se levar em consideração, sabe?
E acontece de muitas pessoas optarem por uma vida infeliz  e amargurada por receio de serem julgadas como  egoístas ou inconsequentes. Então, você foi forte o suficiente para dar um basta e recomeçar a sua vida.
Não importa se um novo amor vai chegar em breve ou se continuará sozinho(a) por um longo tempo, importa é que teve capacidade de  lutar por você e hoje olha para trás e respira aliviado.
Talvez você já tenha ouvido a expressão “fulano fracassou no casamento”, bem, acho melhor um casamento fracassado do que viver infeliz pelo resto da vida. É preciso muito cuidado para não permitirmos que esses dedos que a sociedade nos aponta ditem a forma como devemos viver. Sem falar que, muitos que criticam alguém que teve coragem de sair de uma relação infeliz, sentem inveja dessa pessoa por ter feito algo que elas gostariam, mas não têm coragem.
Parabéns…há sim, vida após a separação. Deixando claro que não estou fazendo apologia ao divórcio, apenas não concordo que alguém tenha que viver como um morto-vivo dentro de uma relação falida, onde não há sequer respeito, imagina amor.

Palmas para você que desistiu de continuar com uma “amizade” ao se dar conta de que o(a) amigo(a)  era só você, o  outro apenas tirava proveito.

Não sinta remorso por isso, você merece um prêmio por ter dito “chega” a esse(a) sanguessuga. Uma coisa é fato: quando optamos por nos tratar com respeito e zelo, tudo muda ao nosso redor. Inclusive, pode acontecer de experimentarmos  a sensação de solidão por algum tempo, isso porque as pessoas com as quais nos relacionamos nos mais variados contextos ( amizade, namoro, trabalho, família etc.) vão percebendo que não somos mais os mesmos.
Elas se depararão com outra pessoa e isso gera um desconforto muito grande nelas. Então, ao perceberem que, com essa nova criatura elas não terão  como ser abusivas, desrespeitosas ou folgadas, só restará a elas a opção de  saírem de cena. Mas não devemos nos preocupar com essa aparente solidão, trata-se apenas de um breve período de reconstrução das nossas  relações.
Outras pessoas chegarão em nossas vidas, trazendo-nos o que elas têm de melhor e receberão, também, o nosso sagrado.
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Texto extraído do site "O Segredo" em 19/06/2017.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Não há relação sexual

O que Lacan quis dizer quando afirmou que "não existe relação sexual"?


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Os Amantes' (1928) - René Magritte






O real do sexo é da ordem do impossível, uma conta inexata em que a soma quase nunca obedece a lógica tal como a conhecemos.
Sendo o corpo marcado pelos significantes, este é também submetido a lógica do inconsciente. Lógica esta em que um mais um, quase nunca soma dois.
Quando nos relacionamos sexualmente, entram em cena o simbólico e imaginário de cada um dos parceiros, sendo impossível portanto que se atinja a completude, a perfeita junção dos corpos, ou almas.
Sempre haverá uma sobra, um resto de amor que nos mantém em permanente insatisfação. Insatisfação esta que tenta se presentificar por exemplo, através de todas as formas de arte para dar conta deste vazio que se forma a cada novo encontro. Esta sobra, resto ou vazio, é o que nos faz querer mais, e mais e ainda mais. Sempre buscando uma nova forma de encontrar o nirvana, o paraíso perdido que na verdade nunca existiu, a não ser no nosso imaginário.

segunda-feira, 5 de junho de 2017




Se eu pudesse dar um conselho a você, pequena menina confusa, perdida, do olhar cheio de resquícios daquilo que ela cuidadosamente chamaria de solidão, seria: respire.
 O mundo de fato não espera por você, mas você, sim, deve esperar pelo mundo. 
As coisas chegam prontas no momento exato em que são precisas, e não exatamente quando você quer. Nem toda dor é a maior do mundo e fatalmente tudo passa, mesmo quando o coração parece querer sair pela boca e retumbar por si só o tamanho daquela saudade. 
Não sofra antecipadamente. As pessoas, as situações, os sentimentos, nunca estão terminados. Dê espaço para algumas reticências, vírgulas e saiba entender um ponto final de coração tranquilo. 
Respire.
 Se quiser ir, vá. Nada no mundo é pior do que perder uma oportunidade que poderia mudar o rumo de tudo. O sentimento ainda estará lá quando você acordar, mas esfriar a cabeça antes de bater o pé impulsivamente aumenta em 90% as chances de uma escolha acertada ou, pelo menos, de um erro fundamentalmente coerente. Sim, errar conscientemente faz parte do processo, afinal de contas, foi graças a tantos tombos afobados e tropeços que mais pareciam quedas de abismos que hoje você é a mulher que se orgulha de ser. 
De nada adianta essa ansiedade e essa sede incontrolável de prever o amanhã, o depois, os próximos minutos. 
Tudo pode mudar no infinito de um segundo. O que me leva a outra questão: responda a mensagem, atenda ao telefone, chame pra sair, diga que gosta, que odeia, que sente, que precisa, diga qualquer coisa, para depois não se arrepender do seu silêncio. 
Respire. 
Comemore as vitórias, mesmo que sejam pequenas e delicadas.
E, acredite, as pessoas que se importam permanecem, apesar de. Simples assim.

(Danielle Daian)